segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Aniversário de Carlos Drummond de Andrade: 31 de outubro

    No meio do caminho
    No meio do caminho tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    tinha uma pedra
    no meio do caminho tinha uma pedra.

    Nunca me esquecerei desse acontecimento
    na vida de minhas retinas tão fatigadas.
    Nunca me esquecerei que no meio do caminho
    tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    no meio do caminho tinha uma pedra.


        Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond

    sábado, 15 de outubro de 2011

    Palavras e Ondas especial na Central FM

    Neste momento acontece o programa Palavras e Ondas, na rádio Central FM.

    Os entrevistados são Breno Serafini e Lígia Rosso, escritores que hoje à noite lançam seus livros Geração na Casa do Poeta de Santiago.

    Vale a pena conferir !

    quarta-feira, 12 de outubro de 2011

    Um pouco da poesia de Lígia Rosso




    SIMPLESMENTE


    Sou simplesmente
    o que sou
    na simplicidade
    e singularidade do ser.

    Simplesmente?
    Complicado, talvez...
    ser.

    Um pouco da poesia de Breno Camargo Serafini



    O menino volta ao colégio

    A mochila na parada do ônibus
    do Colégio Cristóvão Pereira.
    Por detrás da máquina,
    o adulto
    que veio buscar o menino
    — quase cinquenta anos depois —,
    para levá-lo na palma da mão.
    O ônibus não passou.
    O tempo passou.
    Restou a fotografia
    de dois que não se encontraram.
    A mochila ali parada,
    estagnada,
    era a granada
    que explodia em meu peito.

    E eu que não sabia que dessa vida sempre seria um petiz!

    Convite para o lançamento


    Os meus amigos Lígia Rosso e Breno Serafini estarão lançando seus livros no dia 15 de outubro de 2011, às 18 h e 30 min, na Casa do Poeta de Santiago.

    Você está convidado e sua presença é muito importante para nós !

    quinta-feira, 6 de outubro de 2011

    Mais um poeminha de nada

            

                          Temporais


    Senão fosse este silêncio
    pela ausência do canto dos passarinhos
    que se foram no temporal –
    a primavera estaria perfeita.

    As árvores desnudas de flores e folhas
    machucadas pelo granizo
    buscam alento no sol manso
    da tarde primaveril.

    O céu fica mais claro
    depois dos temporais.
    A vida que há em todas as coisas
    busca brotar com mais força
    em perene renovação.

    Também a alma humana
    recolhida no sol interior de sua essência,
    transmuta-se, rebrota, floresce,
    após os temporais.

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