Historicamente, a mulher
foi relegada a um segundo plano, até porque a própria história foi vista e
escrita sob uma ótica masculina, embasada em relações de gênero, classe social,
etnia e poder.
Até pouco tempo, não havia uma história do ser humano, mas
uma centrada nos gêneros, onde o homem era o ator.
O movimento feminista dos anos 60 foi o ponto de
partida para uma nova escritura da
história, onde as mulheres passaram de senhoras do lar e meras procriadoras para a condição de agentes
de suas vidas, heroínas de suas famílias, demonstrando toda a sua capacidade de
atuação dentro da sociedade.
Nesse contexto, a cidade de Santiago se sobressai contradizendo
a história pregressa, acolhendo o talento feminino, valorizando as mulheres
desta terra, com a edição do terceiro volume da Antologia Infinitamente Mulher.
Esta antologia se consolida como um espaço democrático de
cultura, publicando poemas, contos, crônicas escritos exclusivamente por
mulheres, ensejando os festejos do Dia Internacional da Mulher.
Como Terra dos Poetas e com uma Rua dos Poetas onde a
maioria dos homenageados são homens, esta publicação surge como um resgate do
talento feminino santiaguense, oportunizando a que mulheres de todas as idades,
classes, etnias possam publicar seus escritos e assim fazer parte da história
literária de nossa cidade.
E no dizer de Erilaine Perez: “Uma antologia de alma feminina. São textos nem sempre eruditos,
mas que contam um pouco da alma da mulher. A intenção, portanto, não é a de
figurar na lista dos 'best-sellers', mas de fazer uma fotografia do cotidiano
feminino de nossa época, partindo do olhar de mulheres diversas. Uma iniciativa
histórico-social muito válida.”