Quando
eu era criança (e
isto faz muito, muito tempo), eu lia uma revista em quadrinhos de
ficção científica, toda em preto e branco e só a capa era
colorida. Nem lembro o nome. Mas lembro algumas histórias. Uma
delas, em especial, contava sobre um acontecimento em que as pessoas
tinham adormecido à noite, e no outro dia quando acordaram, o mundo
estava completamente diferente, não era mais o mesmo.
O
momento presente tem me feito pensar sobre isto e refletir sobre
muitas coisas. Depois
de isto ter passado, seremos os mesmos? O mundo ainda será o mesmo
ou estará diferente? Por
que isto está acontecendo?
Não
falo em culpar aos outros, a ninguém. Sempre falo que se não nos
oportunizarmos reconhecer nossos erros (isto serviu para mim, serve
para todos nós), não faremos em nós as mudanças necessárias para
que nos tornemos pessoas melhores, seres melhores.
De
outro modo, também reflito que se algo está para atacar nossa vida
física, será que não é por que estamos descuidando do nosso
interno?
Da
mesma maneira, reflito sobre nossa relação com o mundo, com o
planeta. Tanto eu como uma infinidade de protetores de animais somos
tidos como loucos, que
cuidam de bichos e não de pessoas.
No
entanto, repito, muitas vezes, que o início da nossa evolução como
seres humanos se dá quando mudamos o nosso olhar e nossas atitudes
em face aos animais e quando nos alegramos sinceramente com as
vitórias de nossos amigos e de outras pessoas.
Em
mais de uma década como militante da causa animal através da ACPA
(Associação de Conservação e Proteção aos Animais de
Santiago/RS), tenho ouvido reiteradamente a Dra. Eva Maristane
Rodrigues Muller falar que cuidar e respeitar aos animais é uma
questão de saúde pública e não loucura de protetor.
Assim
como o outono faz quedar as folhas da magnólia ao mesmo tempo em que
germina o botão da futura flor que alegrará a primavera, desejo
sinceramente que esta quarentena seja para todos nós um momento de
autoconhecimento, de amor incondicional, de auto-educação para novas
e seguras formas de convívio social, de abertura para mudanças para
um novo olhar para nossa relação com a nossa grande nave-mãe Terra
e, principalmente, com a nossa essência.
Fátima
Friedriczewski em 29.03.2020
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